Abril
- natrilhadabiodiver
- há 1 minuto
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Dia 1º, na França, se comemora o Poisson d’avril (“peixe de abril”, numa tradução literal), que é um dia para se fazer brincadeira e pegadinhas – geralmente coisas sem graça, quando não se está tão inserido em um contexto cultural, como colar um papel cortado em formato de peixe nas costas de alguém.
Aqui no Brasil é o dia da mentira. A mentira sempre me pareceu mais... divertida e cheia de possibilidades. -Mas é meio desonesto comparar peixes a mentiras-. Lembro de um aluno que, certa vez, me alertou para a importância da mentira na escolarização. Contamos mentirosos contos de fadas às crianças; trazemos simplificações mentirosas de conceitos científicos em nossas aulas de Ciências; e mentimos pra nós mesmas quando dizemos entender a importância de certas disciplinas na Universidade.
Abril é mesmo um mês... inesperado.
Tão inesperado quanto uma trilha, um evento ou um e-mail recebido.
Uma trilha!
Não era abril, mas foi como se fosse. Em 31 de março, fizemos uma edição da trilha dos futuros possível com os calouros do curso de licenciatura em Ciências Biológicas da UFOB. Algumas semanas depois, avaliamos essa trilha. A participação foi baixa, os assuntos ficaram meio desencontrados e existe – sempre vai existir? – uma certa insatisfação em ver a trilha se tornando uma palestra, sem troca, ou uma apresentação de prédios. De concreto em concreto falando falando falando.
Existem algumas coisas a serem pensadas, que poderiam ser colocadas em forma de perguntas:
1) como projetar uma metodologia que convide à troca? Que não nos deixe falando, mas nos coloque a ouvir e nos re-organizar? Que nos leve a, também, aprender?
2) a questão da biodiversidade, como estamos com isso?
3) como podemos nos organizar pra nos sentirmos mais seguros?
4) trilha não é uma coisa isolada do mundo, precisamos nos articular a outros grupos que compõem forças na extensão, na universidade, na escola. Sabemos disso? Como fazemos?
Isso nos levou ao deslocamento. Vamos parar. Olhar para o que tem acontecido. Anotar aquilo que já sabemos e o que queremos saber. E vamos ensaiar. É possível ensaiar o inesperado? Não é o inesperado que nos interessa? Coisas a pensar.
Treinamos, ao menos, como queremos falar. E como queremos calar.
Parece que funcionou.
Um evento!
Abril é mesmo cheio de mistérios. (Tem um quadrinho do t0sko sobre isso!).
Inscrevemos um resumo no I SIMPÓSIO UNIVERSIDADE, ESCOLA PÚBLICA E PROFISSÃO DOCENTE. Queremos viajar com a trilha pra outros lugares, também.
Quem diria isso?
Um email!
E mais, o Colégio Estadual Prisco Viana (de Barreiras) entrou em contato conosco. Quer a trilha lá, em três momentos.
Dia 28 de abril (ah, abril!), faremos a trilha dos futuros possíveis com 40 estudantes do Ensino Médio. Parecido ao que fizemos com as turmas do CETEP em 2024.
28 e 29 de maio, será a Feira de Ciências. Vamos levar coisas para expor. O que? Pensamos em fotos. Em um mini-jogo de tabuleiro. E em um caça ao tesouro pela escola e pela cidade. Podemos entregar mapas!
Em junho, teremos alguma trilha sobre meio ambiente. Não é a oportunidade para um TCC?
Abril ainda não acabou. Nem as mentiras. Nem os peixes.
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